Ontem, dia 23 de abril de 2021, dia internacional do livro, foi o dia da laive de lançamento do livro Quinze Embruxos! O livro, lembremos, foi anunciado no dia 23 de março, aniversário da cidade de Florianópolis. Então, a história dessa obra já está acontecendo em datas marcantes! Não poderia ser um dia mais apropriado para o lançamento e eu confesso que foi pura coincidência! Vim a saber que era o dia internacional do livro na manhã do próprio dia!
Eu sou suspeito para falar, mas foi um evento maravilhoso! Quando o livro ainda estava sendo gestado a ideia era de fazer um evento de lançamento em um engenho de farinha histórico na Caieira da Barra do Sul, o mesmo que inspirou o conto Velhos e Sentimentais, o último do livro. Porém, devido à situação da pandemia que custa a aliviar, tivemos de recorrer às tecnologias e fazer o lançamento por meio de uma laive virtual. O desafio, então, foi fazer algo interessante e agradável para quem fosse assistir! Assim, chamamos outras pessoas também ligadas à cultura catarinense para enriquecer o evento, além de propor um concurso de microcontos no decorrer da laive! E é claro, não poderia deixar de ter a sessão de autógrafos. Estes foram concedidos a quem comprasse o livro ao longo do evento, já que não era possível fazer uma sessão tradicional, em pessoa.
Participaram com falas Nelson Rolim de Moura, fundador e editor da Editora Insular, Naguissa Takemoto, uma jovem e talentosa atriz radicada na Ilha de Santa Catarina, e a inigualável Dona Bilica, personagem carismático que incorpora de um jeito caricaturado o modo de ser das senhoras manezinhas na sua essência! Além disso, a laive foi conduzida por com maestria por Larissa de Carvalho.
Foi um evento festivo, sobretudo, não apenas de lançamento do livro, mas também de celebração da nossa cultura e folclore catarinense e brasileiro. Temos no nosso Estado uma riqueza cultural única que merece e precisa ser valorizada, e Quinze Embruxos veio com o propósito de contribuir com esse objetivo. Não falo só da cultura, mas também da nossa natureza que foi tão elogiada por todos os que passaram por aqui ao longo dos séculos! Como conto na apresentação do livro (p. 19), espero que "a deliberada poética com que tento descrever nossas belezas naturais toque a emoção dos que amam a nossa cidade-ilha para despertar o sentido de urgência em proteger a nossa natureza tão ameaçada". Afinal, sabemos da seriedade com que a especulação imobiliária, a falta de planejamento urbano e de saneamento básico ameaçam as belezas da Ilha!
Nessa celebração, a presença dos nossos convidados abrilhantou muitíssimo o lançamento! Dona Bilica teceu comentários ao conto O lobisomem do Rio Vermelho, sempre com seu senso de humor arguto e estridente, e Naguissa fez uma belíssima leitura dramática do conto que abre o livro: A teia de Aracne. Além disso, o editor Nelson Rolim de Moura comentou sobre a história e as lutas dele e da editora e de como o livro se encontrava com esses princípios!
Devo dizer que antes da laive eu estava bastante nervoso porque eu nunca organizei um evento onlaine (tudinho aportuguesado, pois sim) e ainda por cima com relativamente muitos espectadores. Sempre existe o risco de cair a internet, ou mesmo a energia (coisa frequente na Caieira), mas felizmente deu tudo certo e, inclusive, o evento terminou de modo natural exatamente no tempo programado! A minha fala foi curta, mas em essência eu disse tudo o que queria. Foi difícil segurar a emoção!
Em alguns momentos tivemos mais de 70 pessoas assistindo, além de muitas interações ao longo do evento por meio das mensagens, e eu considero isso um sucesso já que sou um escritor iniciante. Para quem perdeu o evento ao vivo, tranquilidade: ficou tudo gravado no YouTube, é só conferir no meu canal!
Durante a laive nós propusemos um concurso de microcontos. Quem fosse capaz de escrever, nos comentários, um microconto relacionado à cultura ilhoa, ganharia um livro autografado! A vencedora do concurso foi Marcela Cunha, que escreveu sobre os olheiros que vigiam a pesca da tainha, guiando os pescadores do alto dos costões. Como está publicado nos comentários do vídeo, sinto que tenho a autorização para reproduzi-lo aqui. Segue o microconto vencedor:
Olhar atento sentado sobre a pedra! Senta e levanta sem tirar o olho fixo sobre o mar! Cada movimento marítimo dispara seu coração!
Dali vem... vem o movimento de pessoas que ali esperam seu sinal!
Seu sinal traz movimento, traz vitória!
Olheiro manda o sinal - tainhas querendo pescar. - Marcela Cunha, 2021
Coincidentemente, no livro Quinze Embruxos o conto Um peixinho de luz tem esse mesmo pano de fundo. Narra a história trágica do filho do vigia da pesca da tainha, que era tão incompreendido, mas que era apaixonado pelo brilho desses peixes que nadam até o litoral catarinense todos os outonos. Por sinal, é um conto muito sensível e belo, sendo o único conto, junto do de dona Aracne, que não tem magia. A magia vem da forma como o menino via o mundo.
Sem mais delongas, gostaria de reiterar os meus agradecimentos a cada pessoa que se dispôs a assistir a laive, a comprar o livro e apoiar este projeto de trabalhar e valorizar a cultura e o folclore catarinense! O livro é uma homenagem a Santa Catarina, em especial Florianópolis, e ao povo que nela habita, e justamente por isso quero repetir as palavras do grande Franklin Cascaes: "Os meus sinceros agradecimentos ao povo que representa, nesta obra, o grande valor cultural e espiritual desta Nação. A todos, meu muito obrigado.".
Para finalizar, repito que o vídeo da laive está disponível no YouTube através do linque: https://youtu.be/hAl8sh-9f9o
E quem quiser comprar o livro, pode obtê-lo junto à editora Insular aqui.
Um grande abraço e até a próxima!
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